Às vezes, a tristeza está disfarçada de raiva ou o medo de frustração. Não ter consciência e não saber expressar satisfatoriamente o que sente pode gerar muitos conflitos.
Algumas dicas para conseguirmos alcançar a consciência emocional:
. Prestar atenção em nós: Precisamos entender que muitas vezes o que acontece é que o sentimento que aparece (a ponta do iceberg) é apenas uma reação a outro sentimento mais profundo que está escondido dentro de nós (a parte iceberg que está abaixo da água)
. Questionar-se: De onde veio esse sentimento? Qual a causa? Existem outros sentimentos ligados a ele? Estou com raiva. Qual o motivo? O que aconteceu?
. Saber como são as emoções: Saber como cada emoção é, como as sentimos internamente, como as expressamos externamente e que linguagem usamos quando a sentimos.
Esse conto expressa bem o que estou tentando mostrar:
“A Fúria e a Tristeza”:
Num reino encantado onde os homens nunca podem chegar, ou talvez onde os homens transitem eternamente sem se darem conta…
Num reino mágico onde as coisas não tangíveis se tornam concretas…
Era uma vez… Um tanque maravilhoso.
Era uma lagoa de água cristalina e pura onde nadavam peixes de todas as cores existentes e onde todas as tonalidades de verde se refletiam permanentemente… Aproximaram-se daquele tanque mágico e transparente a tristeza e a fúria para se banharem em mútua companhia.
As duas tiraram os vestidos e, nuas, entraram no tanque.
A fúria, que tinha pressa (como sempre acontece com a fúria), pressionada pela urgência – sem saber porquê – banhou-se rapidamente e, ainda mais rapidamente saiu da água… Mas a fúria é cega ou, pelo menos, não distingue claramente a realidade. Por isso, nua e apressada, pôs, ao sair, o primeiro vestido que encontrou….
E aconteceu que aquele vestido não era o dela, mas o da tristeza…
E assim, vestida de tristeza, a fúria foi-se embora.
Muito indolente, muito serena, disposta como sempre a ficar no lugar onde estava, a tristeza terminou o seu banho e, sem pressa – ou melhor dito, sem consciência da passagem do tempo – com preguiça e lentamente, saiu do tanque.
Na margem, deu-se conta de que a sua roupa já não estava lá.Como todos sabemos, se há uma coisa que não agrada à tristeza é ficar nua. Por isso vestiu a única roupa que havia junto do tanque: a roupa da fúria.
Contam que, desde então, muitas vezes nos encontramos com a fúria, cega, cruel, terrível e agastada. Mas se nos dermos tempo para olhar melhor, percebemos de que esta fúria não passa de um disfarce e, por detrás do disfarce da fúria, na realidade, está escondida a tristeza. (Jorge Bucay in “Contos para Pensar”)
Experimente fazer um exercício. Desenhe um iceberg. Escreva na parte de cima o seu sentimento e depois de refletir sobre ele, coloca-o no contexto que está vivendo e vá escrevendo na parte inferior quais os sentimentos que realmente podem estar por trás daquele que aparece.
Gosto de exemplificar com uma história. Quando patinho feio foge e sai pela floresta sentindo uma tristeza imensa na verdade seu sentimento era de solidão, de não ser aceito, de não ser amado.
Exercite, dessa forma você alcançará sua CONSCIÊNCIA EMOCIONAL.